Os primeiros Cavalos Lusitanos chegaram ao Brasil por volta de 1540 pelas mãos dos colonizadores portugueses. Eram mestiços de Garranos e Pôneis galegos, oriundos do norte de Portugal, e dos Sorraias, do sul, iniciando, ainda que de forma tímida, a história da raça em território nacional.
Com a chegada da Família Real, séculos mais tarde, em 1808, foram trazidos animais selecionados da Real Coudelaria de Alter, entre eles, o reprodutor Sublime, que passou a ser usado no cruzamento com éguas crioulas, dando origem a outras raças, como Mangalarga, Marchador e Campolina.
Após a Independência do Brasil, e a conseqüente separação de Portugal, o PSL deixou de existir no País, ressurgindo em meados do século XX, graças à tentativa de implantação do toureio no Brasil. Nesse período, chegaram ao Brasil dois garanhões castanhos de linhagem “Zapata”: Galitto e Bijou. Outros registros aconteceram durante década de 1960, com animais portugueses, como Dragão, Zoonito e Completo, além das éguas Zazá e Zaragata, responsáveis por iniciar a primeira criação brasileira de Lusitanos puros, em Teresópolis (RJ).
A iniciativa, na época mobilizou alguns criadores, desencadadeando um processo de expansão da raça que culminou com a chegada, em 1972, do inesquecível Broquel, tordilho vindo da Coudelaria Nacional de Portugal, que no ano seguinte conquistaria seu primeiro título de Grande Campeão, em uma exposição na cidade de Goiânia.
Vivendo um momento favorável, entusiastas da raça, capitaneados por Toni Pereira, fundaram, no dia 1° de dezembro de 1975, a Associação Brasileira de Criadores do Cavalo Andaluz, entidade reconhecida pelo Ministério da Agricultura, responsável por instituir o primeiro Stud Book brasileiro das raças Lusitana e Espanhola. Fizeram parte da diretoria o presidente Antonio de Toledo Mendes Pereira, o secretário Enio Monte, o tesoureiro Asdrúbal do Nascimento Queiroz, e o diretor técnico do Stud Book, Eduardo Benedito Marchi.
No mesmo ano, outro fato marcaria a trajetória do Cavalo Lusitano de forma definitiva. No auge da Revolução dos Cravos, quando diversas fazendas foram tomadas em Portugal, surgiu o risco de ser perdido o excelente patrimônio genético da raça, com as melhores linhagens da Península Ibérica. Neste momento, José Monteiro, da Coudelaria Nacional, ofereceu aos criadores brasileiros o que havia de melhor no plantel, a fim de salvar a seleção milenar da tropa.
Já em 1991, foi assinado um Protocolo de Reciprocidade com a Associação Portuguesa de Criadores do Puro Sangue Lusitano (APSL), possibilitando um intercâmbio entre os dois países, que permitiu, entre outras coisas, a aceitação do registro de animais nascidos no Brasil também no Stud Book português, além da mudança de nome da entidade para Associação Brasileira de Criadores do Cavalo Puro Sangue Lusitano (ABPSL).
Com um plantel de aproximadamente 10 mil animais, o Lusitano vem registrando expansão para outras regiões do País, fazendo-se notório nas competições hípicas, especialmente no Adestramento e na Equitação de Trabalho onde, aliás, é o atual Campeão Mundial da modalidade.
O Puro Sangue Lusitano tem evoluído cada vez mais no mundo do hipismo. Sabedora disso, a Coudelaria Rocas do Vouga participa ativamente do avanço da raça nas maiores competições esportivas do planeta, comprovando a qualidade do cavalo que cria.